Gastronomia nas mídias sociais: porque eu ainda não brilho no Instagram
- Lulu Peters
- 25 de set. de 2023
- 2 min de leitura
Esta é uma reflexão completamente aleatória sobre como a corrida por atenção no Instagram quase mata meu amor por gastronomia
Um dos motivos pelos quais eu quis largar a faculdade de direito (não larguei, concluí, mas nunca quis advogar) foi por ter percebido a distância absurda entre Justiça e a prática advocatícia. Na verdade, o senso abstrato de justiça, poucas vezes é de fato executado no Judiciário. De fato, há muitos fatores que impedem o judiciário de simplesmente acolher uma narrativa de alguém que se sente injustiçado. É muita gente, muito conflito, então provas são essenciais.
Hoje comecei a pensar na gastronomia, o que ela representa para mim mais de 15 anos depois de começar meu blog, O Melhor e o Pior de Bsb, cujo conteúdo inteiro perdi recentemente. Na era do Instagram e do Tik Tok, por mais que haja aspectos a respeito do primeiro que acho interessantes, muito do que eu gostava se perdeu. Eu gosto de falar sobre comida. Acho culinária um aspecto fortíssimo e essencial de uma cultura. Mas nas mídias de hoje não cabem muitas palavras.
As fotos, manipuladas e coloridas, produzem o mesmo efeito de uma droga, por resultarem num pico de dopamina. Mas ninguém fala se a comida está cheirosa, ninguém menciona se sentiu bem ao comer, se o prato lembrou algum outro da infância.
Desde o ano passado, tenho me esforçado para melhorar meu desempenho no Instagram e não consigo. Não sei o que é. Às vezes, estou a fim, às vezes, não. Comecei a ver esse meu tempo sendo muito mal, na verdade, nada remunerado. E algumas pessoas nesse meio são obcecadas por status e atenção. Isso me incomoda. Sou bastante sociável, falo tranquilamente sobre questões pessoais, mas não tenho o impulso de fazer isso do nada.
Sou introspectiva. Postar todo dia, fazer cronograma de postagem é algo que já fiz para clientes, sendo paga para tal. Então não sei se me sinto tão comercial assim no instagram.
Bom, continuo adorando não apenas comer fora, mas celebrar a comida, o que ela representa para a história de uma pessoa e de um lugar. É o que pretendo seguir entregando. Ainda que seja para mim mesma.
Comentários